27 de maio de 2013

Nua

Imagem Adriana Garibaldi

Você revela a parte mais fraca em mim
Poe a vista meus erros, minha fraqueza
Expõem meus defeitos de tal forma
Que eu passo a repudiá-los

Porém é o único que me tem nua.
Despida de medo, valores, de princípios
Você tem de mim, da mentira a mais pura verdade
E consegue decifrar cada gesto meu

É incrível como pode me desarmar
Com mesmo um som a quilômetros de distância
Não há tempo que possa separar essa cumplicidade
Ou sentido que desminta as razões que te fazem presentes.

Sua lembrança ausente ainda é o mais palpável
Que consigo chegar desse sonho que insisto em materializar
Deste você para o qual me entrego sem escrupulosos
Seja na dor, que você mesmo causou ou na alegria que desconheces.


Imagem Adriana Garibaldi



17 de maio de 2013

O Peso do Silêncio


Imagem Leonid Afremov
... E que você não ouviu as juras de amor que eu te fiz
Meu Choro não conseguiu dizer o quanto você me faz falta
Ou o quanto seu abraço me acalma
Como até seu silêncio, na presença, me faz bem

Não soube dizer todos os pra sempre que calei
O Agora passou rápido
...Dei muito mais de mim do que pude esconder
Se ao menos meus olhos interpretassem os seus...

Quis dizer o quanto era amor
O quanto de paixão ardia em mim
Mas caso tenha entendido, soube bem disfarçar
...E o Agora já é tão tarde 

Minhas palavras valem tanto ou menos que meu silêncio 
Já não vão perpetuar ou decepar nada que exista 
Ainda assim viajei em cada som do teu abraço 
Quis decifrar o teu olhar, desvendar o seu sorriso 

Mais compaixão que carinho? 
Quis ainda dizer além do que conseguir 
Precisei preservar. Guardei tanto para você 
Mas simplesmente tive que conter. 

Do tolo ao mais verdadeiro amor 
...Porém não pude demonstrar, não consegui. 
Ainda assim quis você a ponto de bagunçar minha cabeça 
Sacudir meus pensamentos e ignorar a razão. 

Quis você fazendo-me mudar tudo o que sou 
Desorganizando outra vez minhas idéias 
...Se ao menos você quisesse... 
Não precisaria mais calar 

Não mais passaria um instante 
Sem te dizer o quanto te amo 
Nem deixaria o silêncio falar tão alto 
A ponto de tentar esconder o que sofro em conter. 

Imagem  Leonid Afremov


Nayane Kastter 
15/09/10 às 00:39 hs 

15 de maio de 2013

Tempo



Imagem Garmash Dreaming

Olho ao redor buscando o seu olhar,
Tentando nos encontrar no tempo que ficou perdido
Nessas lembranças só minhas que te distanciam ainda mais.
Vasculho em busca dos anos que envelhecem, distante.

Repasso fotografias, releio minhas cartas
É você presente em todas as linha
Estampando o sorriso que preenche a foto
Descrito nas palavras que parecem chorar

São anos que aumentam o abismo
Insistindo assim em desmentir a razão
Que solidária, julgou que este primeiro
Um dia o levaria de vez daqui...

Engano o nosso, esse passado pobre de lembranças
Tem persistido e rendido aos milhares
Alimentando o peso do desprezo que sinto por mim mesma
Enquanto finjo destilar o amor que me foi negado

Olho outra vez ao redor, é você em cada canto
Testificando minhas mentiras
Fazendo verídicas minhas falhas
Ousadias que se tornaram reais na sua falta

Fechos os olhos. Sei que não está.
Te esqueço por um instante. 
Ainda assim, o procuro em mim, no pensamento
Nas paredes, no espelho, em todo lugar.



9 de maio de 2013

Vislumbrante Amor (Autor: Paulo César Ferreira)





Vai-te daqui solidão, onde não mais tem morada, 
Pois ao lado da pessoa amada eu irei me encontrar 
Ah o coração! O que falar desse musculo delirante 
Que outrora tão errante jamais me perdoará. 
Como pode alguém lhe dar razão 
Sabendo da situação que acabou de acabar 

Eu escuto o amor, mediante a dor 
Foi melhor acatar 
Sei que pode estar ferida com agonia da vida 
Que eu ei de curar 
Quão maldoso é esse tal coração, por não aceitar opinião 
Vai de rasteira na razão, agredindo a solidão 
Por não mais te encontrar 

Há relatos fidedignos que se aconteceu contigo 
É melhor postergar 
Pois invejo a ambição, daqueles que vão 
Vasculhar na multidão alguém para amar 

Na vida Aprendi contestar tudo, contestar o certo 
Contestar o errado 
Só não contestar o amor 
Que pra mim foi inspirado. 

Sempre vislumbrei tal amor, 
Por toda minha infância, hoje já 
O desconheço por não ser mais criança. 
Não falo por enigma, não chegaria a tanto 
Sei que estou amando só não sei mensurar o quanto 
Sua voz pra mim é como o canto do uirapuru 
Enchendo-me de alegria, norteando minha alma 

Nessa busca vazia 
Que intriga e assusta ao mesmo tempo, 
Mas saberei esperar pelo devido sentimento 
Que de hora em hora vem a mim 
Ao sabor dos ventos. 

Com isso, lanço mão da razão que as rédeas 
Desse coração ela há de tomar 
Não tente entender o autor, 
Pois não há relevância 
Saiba que esse vos escreve, 
É de fato aquela eterna criança.


Autor: Paulo César Ferreira

8 de maio de 2013

Permita-me

Imagem Leonid Afremov

Permita-me chorar pela ultima vez
Faça com que a dor escorra
De todas as formas possíveis
Mas de uma única vez

Permita-me saudar as lembranças
E desabafar o meu pranto
Entregue-me a tristeza por hoje
Para amanhã estar liberta pra sempre

Não tente acalmar a dor
Deixe-a queimar com todas as forças
Até que as cinzas se desfaçam
E eu possa voltar inteira amanhã

Permita-me morrer por hoje
Chorar cada gota desse amor
E esvaziar-me pela última vez
De toda essa dor

Não tente abafar o meu choro
Nem queira secar minhas lágrimas
Ainda por hoje
Deixe-me ser dele mais uma vez

Findar assim essa história
Que suga de mim as forças
Morrer pra quem sempre morri
E poder enfim viver para mim. 

Imagem Leonid Afremov

6 de maio de 2013

Beleza vã

Imegem Francine Van Hove

De que valia tem-me a beleza
Se o que ela acrescenta é dor...
De que serve a mim um sorriso que prende
Aprisiona em vez de libertar

O que soma a esse olhar que ilude
Engana em vez de revelar
Esses traços que ferem
Onde não deveriam nem marcar

A dor ainda é o combustível que me fortalece
Enrijece meu coração, cala os desejos 
Sufocando a vida e impulsionando-me a agir
Mesmo contra a minha índole

E essa carcaça que julgam como beleza
É o fardo que me aprisiona
No lugar de ser a armadura que me protegeria
Contra esse eu amargo que alimento

Para tudo serve, menos para traze-lo de volta 
Ou para libertar-me de mim mesma 
E desse sentir devastante que sufoca 
Contamina a todos que se atrevem a tocar 

Ainda outra vez, de que valia tem-me a beleza
Se a cultivo para quem não a deseja
De que serve meu sorriso se só se arma pelo teu
O que acrescenta meu olhar se debalde, ainda procura o seu...

Imagem Francine Van Hove