7 de junho de 2013

Inquietação

Imagem James Tissot III

...Foi ai que me dei conta do quanto estava apaixonada

O telefone não soava e a mensagem não chegava...
Enfim quando chegou, a frieza exposta nas palavras
Tão diferentes das normalmente proferidas
Feriam a alma, pareciam como estocadas
E o silêncio amargou de uma forma torturante
Tendo ainda como agravante, meu cruel inimigo, a Distancia.
Eu não podia sair correndo ao seu encontro
Ligar desesperadamente em todos seus telefones
Ou lhe bater a porta como talvez faria.

Imaginar toda essa distância que nos separa
Foi torturante e o desespero tomou conto outra vez
Ao imaginar as possíveis causas da sua falta de palavras
Era medo. Algo acontecia e eu não o podia proteger.
As mãos começaram a soar e a cabeça não parou dali em diante
Apenas meu corpo estava ali, a mente e o coração vagueavam
Insistiam em vão em ir de encontro a um outro alguém.
Foram horas castigantes, e o tempo mal passava

Cada segundo marcava de forma abrasadora
O que ainda restava de mim
Não era aqui onde queria estar, não era onde eu devia
Outra vez vieram-me a mente todo o espaço tempo
Que existia entre nós, confesso que houve medo,
Medo dos pensamentos que assolavam minha mente
E faziam-me tentar desistir quando o que eu mais queria
Era sair daqui correndo e ir ao encontro dele
Curar as possíveis feridas e silenciar de vez o que lhe causava mal

Cortava de forma profunda
Convencer-me que o muito que podia fazer
Era sentar e esperar o tempo passar, 
A inquietude, refletia-se nas pernas
Que assim como eu, não se acalmavam, não podiam.
A preocupação fazia-se senhora

Enfim um sinal... O peito agita e a euforia toma conta
Suas palavras exalam uma amargura contra sim mesmo
Como se lutasse contra sua própria mente, contra esse interior
Que insiste em tentar nos derrotar,
Sei que minhas palavras são poucas e
Sinto-me ainda mais frágil diante da veracidade disso.
Nada posso fazer... se ao menos o pudesse dar um abraço,
Talvez assim calaria esse aparente monstro que te rouba o sossego

Meu coração ainda está doendo muito,
Assola minha mente perguntas castigadoras,
São interrogatórios que faço a mim mesma 
Tentando entender o que se passa em sua mente
Aqui já o perdoei centenas de vezes, o que julgo nem ser necessário

O problema é que sua dor parece minha e eu mal o posso compreender...

Imagem James Tissot III

Um comentário:

  1. Quem diante dos viventes, eis merecedor de tal sentimento... que aperta o peito e dói por dentro.

    Muito bom o texto digno de boas exclamações!!!

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