Sua aparência ou seu jeito
Não são seus gostos
Nem teu modo de pensar
Não é sua vida, sua casa ou suas escolhas
É uma imagem, um desejo que criei
É um sonho ausente que persiste
Em acordar em mim
É minha própria mente idealizando
Isso que chamo de amor
E fazendo você de figura
Sustentando o vicio da dor
Não é a matéria que você alimenta
Nem os músculos que exercita
É a forma que eu desenho
A voz que recrio, os passos que eu dito
Esse você que eu amo
É muito mais eu
É meu desejo personificado
Usurpando a imagem que teus traços desfilam
É sonho de pernas curtas
Que sempre acorda em tua porta
Morre nesses olhos seus
Que só existem mesmo em mim
Nessa verdade crua
Que esmaga meu sonho ardente
Que te leva, te arranca
Acorda-me, desfaz
Acorda-me, desfaz
Não são suas escolhas
É minha vontade posta em prática
Em pleno exercício
Desse meu desejo insano
Dessa loucura fascinante
Que faz-me propriedade de mim mesma
Sem ainda me poder dar, nem ter
Não é você. Sou eu.
Imagem Alcínio Vicente |
clap! clap! clap! clap![onomatopéia de palmas]
ResponderExcluirMuito bom o jogo de palavras; "Esse você que eu amo / É muito mais eu / É meu desejo personificado / Usurpando a imagem..." lindo isso! E neste ponto o poema vira de um "Aquilo que ele não é" para um "o que é este sentimento". Gosstei muito!